quinta-feira, janeiro 05, 2006

Hotel Rwanda


A quem não tenha visto este filme, veja. Doí saber o quao cobardes somos. A nós que estamos no quentinho das nossas casas a pensar em todos os problemas, maioritariamente superfulos. Vejam este filme e abram os olhos. Provavelmente vão ver e ficar de rastos como eu.Mas não deixem passar à frente e ficar com um sentimento de pena que não durará mais de 24 horas, porque depois disso algo mais "importante" atravessa o vosso caminho.


A violência faz parte da nossa cultura visual actual, como mais um facto, ao qual me parece ver em muitas pessoas o sentimento de indeferença. A velha sansação de que as coisas acontecem sempre aos outros. Mas isso não é verdade. Embora os media façam com que a guerra seja uma guerra de audiências e não uma guerra para tocar as pessoas de modo a que estas possam intervir, ajudar! A violência vai entrando e apodera-se da nossa vida como mais uma coisa. E tal faz com que para nós já não nos vá chocando. Olhas e pensas que horror! Mas a seguir continuas a comer o teu jantar na paz dos deuses.


É como se o nosso cerebro estivesse já concebido para eliminar tais preocupações, tão longe dos nossos olhos e corações. Mas não estão assim tão longe. A areia que nos deitam constantemente para os olhos faz parecer com que nós não possamos fazer nada para o mudar. Mas podemos! O segredo está mesmo ai. Podemos!


Eu pelo menos acredito que sim. A minha mãe uma vez disse-me "filhota tu não vais conseguir mudar o mundo...", talvez não mãe, mas não quero parar de tentar. Muitos de vós vão perguntar " E tu? estás para aqui com todas esta conversa... o que fazes tu para o tentar mudar?". Sei que podia fazer mais, mas tenho ainda raizes às quais não me consegui desligar. Mas vou fazendo o que posso. O que sinceramente não é para aqui chamado, porque não quero estar a vanglorizar-me por tais feitos. Egoistas de merda, é o que somos! Egoistas! Vejam o filme e revoltem-se...


Um filme de Terry George, baseado em factos veridicos. Hotel Rwanda

2 comentários:

Anónimo disse...

Não vi o filme mas sei o que tu queres dizer.

Fazer o que pudermos?

Não chega. É difícil soltarmo-nos dos nossos hábitos culturalmente establecidos. Somos todos os dias bombardeados com incentivos que nos anestesiam e no mantém iguais. O peso da consciência dos problemas só é aliviado se nos decidirmos a lutar contra eles através da mudança da nossa atitude e da criação de acções contra tal. É difícil, é difícil, mas não podemos ficar-nos só pelas palavras.

Tania disse...

:)