segunda-feira, agosto 15, 2005

A cidade devora-te...


A cidade devora-te...
Originally uploaded by ainat.
A cidade devora-me... Consome-me tal como eu a ela... Eu não vivo em Lisboa mas são muitas as vezes que por lá ando. Sentada no metro olho para as pessoas sem expressão! Não consigo perceber como estão, se felizes, se tristes, se com sono,se com qualquer coisa... Não consigo, sinto-me rodeada de androides! Será isso que a cidade faz às pessoas? Transforma-as em androides? E o que aconteceu a todas aquelas pessoas que lá vivem e que não o são? O que terão feito para sobreviver a mutação?
Gosto de andar em "slow motion" no meio da multidão, pensar no que os move. Pensar se alguma pessoa terá a mesma motivação que a outra. Não é querer saber da vida delas. Não tem nada a ver com isso. Tem a ver com o tentar compreender este mundo tão perto fisicamente mas tão longe de mim cá dentro.
Enconteri esta frase escrita numa parede nas Caldas da Rainha (lugar onde estudo), e esta foi a imagem que se formou em mim.
Quando sentires uma dentada dela, foge! Refugia-te em qualquer coisa, encontra-te noutro lugar! Eu refugio-me na arte em todos os seus expoentes. Ou ao menos tento faze-lo...

4 comentários:

Anónimo disse...

Sabes que eu acho que devias mesmo ver Wong Kar-Wai, o seu Fallen Angels ou o Chungking Express. É essa a sensação que eu tenho. Todos sozinhos, todos pontinhos na grande cidade. É uma ideia bonita. Eu gosto. :) não estou muito inspirado hoje, mas já sabes que aprecio imensamente este desenho, e o texto também!

O poeta noctívago disse...

Habitando em Lisboa, muitas vezes me sinto devorado pela urbe. Há momentos em que a minha silhueta se aglutina com o cinzento do cimento e me conduz a uma insustentável asfixia. Como diria um amigo meu: "tive uma ideia, tive uma ideia, vamos fugir!" :)

Tania disse...

grande ideia! nem que seja fugir só por uns dias...

O poeta noctívago disse...

De facto, uma grande ideia. E, por isso, só poderia emanar de uma grande pessoa: o meu amigo Adolfo. :)